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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Um cale-se de vinho tinto de sangue numa taça de cristal

No inicio das manifestações eu me orgulhei do posicionamento da polícia mineira, você via muita policia apenas acompanhando as manifestações e até prestando auxílio a população. Esse cenário mudou. Mas o cenário que você vê depende de como você acompanha e aí entra outra questão: a mídia.

Durante todo meu curso de jornalismo muitas vezes me auto questionei sobre o papel do jornalista e se era realmente aquilo que queria para minha vida. Eu acho uma profissão super honrável e fundamental na sociedade, quando bem exercida. Meu questionamento no entanto sempre foi quanto ao ser jornalista e trabalhar como jornalista. Jornalista também é gente, tem contas e família, precisa trabalhar! O problema é quando empresas que assumem o jornalismo como linha de trabalho mancham essa profissão com uma “linha editorial” que fere o papel do agente social que está (ou deveria estar) em defesa da verdade.

Desde o inicio do movimento já vimos várias facetas da mídia na cobertura dos eventos: em ignorar, reprimir, enobrecer, tentar controlar, condenar etc. Vemos os jornalistas dizendo “uma manifestação pacífica e linda” ao mesmo tempo que passam imagens de agressão e vandalismo... ham? Se isso não é ser bipolar (pra não falar POLIpolar nada mais no mundo é!).

O blogueiro e jornalista Miro Borges fez uma ótima resenha do papel da mídia nos últimos eventos, o vídeo é do dia 22 de junho, mas ainda super verdadeiro e atual. Vale assistir!

Nesta quarta, 26 de junho, eu sai em passeata e o que vi vai contra o que a mídia exibiu. Ao chegar na praça Sete de Setembro vi uma mistura de tudo: crianças, idosos, jovem, sindicalistas, policia civil (que estão em greve e apoiam o movimento), minorias e maiorias... tudo! Gente como a gente, em festa, em clima de comoção, de revolução pautada pela pacificidade e sorrisos... gente que acredita e luta por um país melhor. Tinham os que aproveitaram a ocasião pra faturar uns trocados (vendedores ambulantes) e outros que no meio de todas as portas fechadas viu a oportunidade de faturamento: McDonalds (não me leve a mal... sou alucinada num BigMac!).

McDonalds abre suas portas para manifestantes

De forma democrática decidimos ir marchando até a av. Antônio Carlos, próximo ao Mineirão (onde aconteceria o jogo entre Brasil e Uruguai). No meio do caminho não tinham pedras, tinha milhares de ‘gente’ brotando, aquele grupo simples da praça Sete se tornou milhares e haviam pessoas em caminhada além de aonde a vista alcançava (mas como sou míope não alcanço muito longe! kkkk). Estimaram 250 mil pessoas, a mídia diz 50 mil, eu não acredito em menos de 70 mil. Era muita gente, muita gente mesmo gente (kkkk)!!!

Subimos ladeira cantando, ouvindo Cazuza, dando gritos de ‘ordem’ (como a mídia diz)... e em todo caminho tinham moradores nas janelas, com cartazes e prestando ajuda as pessoas da manifestação.

Morador da Av. Antônio Carlos oferece água aos manifestantes

Mas o povo fica intimidado, é muita mídia dizendo “fica em casa, vai ser bagunça”; “é só violência e baderneiro”. Pessoas que querem, mas tem medo de participar e lutar por um Brasil mais igualitário. Muitas dessas pessoas acabam preferindo reclamar de pequenas coisas: de quem está na rua, do transtorno (como se todo dia não tivesse trânsito ruim e atrasos de ônibus todos os dias). 


*Eu amo o conceito de ser jornalista, meu sonho era ir fazer cobertura de guerra. Agir em prol da cidadania, da humanidade, ser deveras o 4º poder público: o poder que defende e informa a sociedade. Acho que por isso eu sou tão desmotivada com a minha profissão, por não poder ser realmente jornalista, por saber que trabalhar com jornalismo é defender a opinião e ‘ideologia’ de uma empresa ou órgão. #Desabafo kkkk

Foram de 12 a 13km de marcha no final das contas (ai minhas pernas, pé... ui!!)

Quando estávamos na altura da avenida Sta Rosa meu cunhado e eu nos debandamos, depois de mais de 11km de caminhada aquele era nosso fim. Ainda sim, andamos até o parque Guanabara, onde minha irmã lindona (só que não... ô maldade) buscou a gente de carro.

Vozes do além dizem que foi por aí que começou a baderna. Vimos mais de 10 carros da 'Força Dilma' indo em direção a manifestação e percebemos que o roteiro programado não aconteceu, logo presumimos que houve problema. Li na cobertura do BH nas Ruas que o pessoal que estava com a gente tentou voltar para o centro da cidade através de caminhos dentro dos bairros, mas foram intimidados pela polícia. 


Na praça Sete eu vi (não, ninguém me contou!) policial INFILTRADO (depois infiltrados são os bandidos), o cara com roupa verde clara, fone de ouvido, tipico de walk-tokie, com rosto pintado, tentando esconder o fone com a bandeira do Brasil, que estava segurando. Ai o povo diz que a baderna começa a partir de policiais infiltrados e como você duvida? A policia tratando manifestação e paseata como guerra prova que ela não tem tato e treinamento para lidar com sua população.

Aposto que se você perguntar a um PM quem ele deve proteger é capaz de ouvir respostas como: os prédios, a cidade, os burocratas... mas a populção? Eles não medem esforços para sentar a mão. Que fique claro que sou contra todo ato de violência, pixação mesmo que palavras bonitas e felizes em patrimônio público é vandalismo!! Depredar concesonária, roubar... nada justifica! 

Concessionária com vidraças trincadas

Nada justifica o vandalismo, mas a polícia militar não tem tato com a população e não tem estratégia tática para lidar com situações de caos. E isso é ERRADO! Ai você questiona o treinamento que é dado aos nossos policiais. Eu conheço um policial, ele me contou que no treinamento (a PMMG é treinada aproximadamente durante 10 meses) que “não tem que dar mole pra marginal mesmo não, se você trata com alguma simpatia eles abusam. Polícia tem que mostrar quem é que manda!”. Ai se um cara, amigo seu, com uma cabeça boa, que está em treinamento para atuar como policial militar te diz isso... quais suas conclusões?

Os pilares de uma sociedade são pilares não é atoa. O que sustenta uma sociedade? Saúde, educação, alimentação e segurança pública! Se é pilar não tem como “ignorar”, se você tirar um dos sustentos principais de um prédio ele dessaba, simples assim! E “se ergues da Justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge a luta”. Ou seja: enquanto houver injustiça lá estará o povo: na luta pela democracia! 


Utilizo do nosso brilhante hino para falar algo mais: PAZ NO FUTURO E GLÓRIA NO PASSADO! E se hoje lutamos e reinvidicamos é porque queremos paz para nossas crianças. Se eu luto hoje é porque acredito num amanhã melhor! PÁTRIA AMADA BRASIL!

*A mídia tem sido tendenciosa e inverídica. Quanto aos eventos da quarta feira (26/06) em BH informações foram calculadamente omitidas. A informação sobre a morte do jovem que caiu do viaduto saiu por volta das 19h da quarta-feira, mas apenas no dia seguinte foi passada pela mídia, porque? Para chocar! Estado e mídia se uniram para manipular informações. Na manhã de quinta-feira (27/06) o MGTV mostrou quase 10 minutos de violência, sem a mínima necessidade, sem comentar que só se falou de caos e violência em praticamente toda a edição. Todo o objetivo de um movimento em prol do nosso país, com mais de 5 horas de passeata pacífica e ordeira foi omitido pelo Governo e por essa vil Imprensa. E percebe-se claramente a falta de atuação da polícia enquanto deixava tudo acontecer, dava tempo para caos e desordem acontecer e tudo ser filmado pela Globo. Eu tava lá, eu vi mais do que policiais suficientes para acabar com a bagunça e coordenar a pacificidade. Por isso se você vê ou lê jornais desconfie de tudo, de tudo mesmo! Eles estão tentando te enganar, te encurralar, tentar fazer você ficar contra quem está lá de cara limpa lutando por um país melhor. 

Segue algumas fotos que mostram a cara de um movimento sério, que luta por um país melhor:

Durante o caminho um participante utiliza do seu dom para tornar a passeata mais agradável 

Praça Sete de Setembro, 26/06 - BH entre 12:00 e 13:00

Apenas a Rede Globo precisou esconder sua logo e profissionais

Helicóptero da polícia militar sobrevoa a Praça Sete

Cartaz que deixa claro que o objetivo é ORDEM e PROGRESSO

Mais um cartaz que deixa claro que aqui não é marchinha de carnaval

Voz de papel

Vendedor ambulante

Todos sentados, antes da passeata começar, fazendo votação do destino

Por uma mídia democrática

Manifestar é legítimo


Pátria amada Brasil

Faça sol, chuva ou ventania a nossa voz será ouvida

Moradores participam e incentivam passeata na Av. Antônio Carlos

O caos nunca morreu

Criatividade de mineiro é sem limites!

Uma multidão sem fim

Muita polícia em todo entorno do mineirão

'Força Dilma'

Grupo contra o Feliciano e sua cura

Ao contrário do que diz a mídia bandeiras de partidos foram respeitadas

 Meu cartaz... "Nós somos a Seleção, a rua é nosso campo e nosso gol é pro Brasil todo"

Grupos como MST estavam lá em grande número gritando pela reforma agrária

Grupo de rapel prestou apoio com escaladas em uma passarela na Av. Antônio Carlos

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